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sexta-feira, 27 de abril de 2012

Transexual consegue mudar nome em documento sem cirurgia de mudança de sexo



Próximo passo é conseguir a emissão do diploma da faculdade

Tn Online com informações do G1
Credito:  Arquivo pessoal
Sandra com sua nova certidão de nascimento, em Roraima



















O juiz Erasmo Hallysson Campos, da 3ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de Roraima, autorizou a mudançado nome nos documentos da transexual Sandra Gomez dos Santos, 33 anos, sem a necessidade de cirurgia de mudança de sexo. A decisão foi tomada no dia 3 deste mês. Na última terça-feira (17), ela conseguiu fazer a correção em seu título de eleitor.
 
Em ano de eleições municipais, Sandra está feliz por poder votar pela primeira vez assinando o nome que ela considera que a identifica em sua essência. "Será a primeira experiência eleitoral verdadeiramente como mulher", disse a locutora.
 
 
Com a decisão do juiz em mãos, Sandra foi ao cartório de registros de Boa Vista no mesmo dia e já pediu a emissão de sua nova certidão de nascimento. "O único detalhe ruim desta decisão é que, apesar de ter mudado meu nome do documento, o sexo continua identificado como masculino. Esse é o lado ruim da decisão pela troca do nome sem a necessidade da cirurgia de readequação genital. Continuo como 'masculino' na certidão e no RG."
 
 
Sandra disse ainda que o próximo passo é conseguir a emissão do diploma da faculdade. "Quando me formei, pedi para não emitirem o documento porque queria que fosse com o meu nome de mulher. Agora, já fiz o pedido e é só esperar."
 
 
A locutora se considera conhecida em Boa Vista por trabalhar em rádio e por militar pelos direitos homossexuais, mas ainda assim não ficou de fora dos problemas com sua identificação. "Tinha vergonha de apresentar meus documentos. Me sentia péssima, pois sempre tinha de me explicar. Essa decisão judicial foi tudo para mim. E olha que quando somos conhecidos as coisas ficam mais fáceis."
 
 
O defensor público Natanael Ferreira, que representou Sandra no processo, disse que o caso da locutora apresentava um "descompasso entre o sexo anatômico e o psicológico". Ele afirmou que este é o primeiro caso em que a Justiça do estado decide pela autorização da mudança de nome sem mudança de sexo. "Há outros casos em andamentos no estado e essa decisão vai servir de jurisprudência", disse ele.

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